sexta-feira, novembro 1

- PERDOAR FAZ A VIDA VALER A PENA -


"Perdoar é caminhar através da dor.  
É aprender a conviver com o imperfeito e aceitar o outro como ele é:  
um ser humano e não divino, alguém que pode pisar na bola. 
Pode não cumprir o que se espera dele. 
Para perdoar é fundamental enxergar o outro como um todo. 
É preciso separar o erro que foi cometido daquilo que é maior naquela pessoa. 
Ele cometeu um erro, nao é o erro. 
  
A capacidade de perdoar não é um talento nato, 
é uma coisa que você desenvolve ao longo da vida. 
Quanto mais madura a pessoa é, mais capacidade ela tem de perdoar. 
As pessoas amadurecidas toleram mais, entendem mais o que é  
um relacionamento, o que pode esperar da outra pessoa. 
Quem nunca perdoa com certeza está sofrendo. 
Deve ter uma série de situações do passado que não conseguiu resolver. 
Com o tempo, foi ficando dura, inflexível. É preciso se exercitar 
para manter a capacidade de perdoar. 
  
O perdão é importante para o bem-estar mental, sim. 
O perdão tem a ver com qualidade de vida, com estabilidade emocional. 
Tem gente que não perdoa e continua remoendo a situação por muito tempo, 
mesmo quando o outro já mudou de vida, ou nem está mais aqui. 
Essas pessoas colocam no outro a culpa por toda a sua infelicidade. 
Isso ocorre muito: a pessoa cria um algoz, um sequestrador, 
alguém que é a causa do seu sofrimento. 
Se conseguir perdoar sai do cativeiro. 

Existem passos para chegar ao perdão. 
Um dos exercícios mais importantes é se colocar no lugar do outro. 
No caso de uma traição, por exemplo, a mulher pode tentar se colocar  
no lugar do homem e ver o que aconteceu, pela perspectiva dele. 
Pode ser que tenha sido um deslize, um impulso, 
uma outra necessidade que  ele foi suprir. 
O que aconteceu pode ter a ver com a história anterior dele,  
com outras relações amorosas,  com desejos inconscientes, 
coisas que às vezes nem o outro entende. 
Outra coisa importante nesse exercício é perceber  
como o outro está te vendo. Com certeza você está se sentindo 
traída, mas é possível que ele também esteja. 
Entender isso pode ajudar no processo. 

Às vezes a pessoa não perdoa porque, quando olha o outro, só enxerga dor. 
Esse é o problema.  
Se tudo que ela enxerga no outro é dor, é porque a dor é dela. 
A atitude do outro pode ter reavivado essa dor, mas o sentimento 
sempre esteve ali. Existem várias pessoas que puderam perdoar 
porque localizaram a origem daquela mágoa. 
Daí entenderam como essa dor chegou e se instalou com tanta força. 

Não, não é necessário perdoar sempre. 
As religiões defendem isso. Mas existe também um compromisso com a vida. 
A autopreservação é o mais importante. 
Quem perdoa o tempo todo, sem parar, pode provocar um estado 
de humilhação prejudicial à sua auto-estima. 
Antes de mais nada, qualquer pessoa tem que se respeitar como ser humano. 
Existem coisas imperdoáveis, e elas são diferentes para cada pessoa. 
É preciso respeitar esses limites. 
  
O perdão pode ser só interno ou precisa ser colocado para fora. 
Existem situações em que é preciso externar o perdão. 
Se você não diz que perdoou, o outro pode continuar se sentindo culpado, 
e fica difícil restabelecer um vínculo. Em outras ocasiões quando não existe 
chance de reconciliação, o perdão não precisa ser externado. 
Na hora que perdoa, sente um alívio que tem a ver com ela, não com o outro. 
É como se tomasse um banho. 
E aí pode tocar a sua vida de um jeito melhor." 
- Psicoterapeuta Luiz Cuschnir -






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