segunda-feira, fevereiro 18

- SAUDADE -






"Saudade é verbo. Que ninguém duvide disto. Se até ‘verbo’ é substantivo, eu que sinto, defino.

Não guardo registros, para não gerar memória, e forçar saudades. Acredito que as maiores mágicas da vida não pedem explicações. Depois de explicados os encantos se desfazem, os brilhos nos olhos se apagam e a alma se esvai.

Duvido de tudo que insista em me definir ou se auto-explicar. Desconfio de tudo que seja intenso, que não tenha senso ou que finja gostar. Gosto de gente de verdade, que acorda com a cara amassada, olhos sujos e boca com gosto de noite dormida.

Coração não é terra de gente. É mar de pirata. É picadeiro de saltimbanco. É teoria demais para mentes pouco praticadas. É músculo que não sente dor, mas dói sempre que a mente conjuga saudade. Verbo irregular, pretérito imperfeito, uma das sete pragas do Egito, peste bubônica, lepra, câncer, ou, todo mal que há.

Felizes os que dormem noites tranquilas ou só sonham antes de dormir, livres assim de todos os pesadelos que os possam esperar. Viver é a arte de acordar, todos os dias, esperando apenas o jogo virar. É torcer para, na próxima esquina, aquele alguém, sei lá, de repente, te encontrar.

Amor é palavra que sentimento ou neologismo nenhum seria capaz de explicar. São conjuntos de sensações nervosas que cérebro nenhum consegue aguentar. Findando em saudade, como o encontro do rio com o mar.

Ah! Se todos os mistérios e segredos me fossem revelados. Ah! Se todos os meus desejos me fossem saciados. Se todos os meus sonhos fossem realizados. Se todos os meus passados fossem apagados, os presentes simplificados e os futuros unificados."
(Matheus Rocha)

Um comentário:

  1. Querida Lia, Marisa já cantarolou: "Eu só quero que você saiba que estou pensando em você, agora e sempre mais"...saudade, sente-se e não se explica. Saudade, apenas saudade. parabéns, bj, Lourenço

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